terça-feira, 9 de março de 2021

Cibercrime na atualidade


Os crimes cibernéticos sempre estiveram associados a hackers (ou melhor, a crackers), pessoas com conhecimento diferenciado em tecnologia. No imaginário popular, tais atores consumiam considerável tempo de suas existências estudando arquiteturas de hardware ou sistemas com o objetivo de encontrar vulnerabilidades e explorá-las em seus ataques. Movia-os o desafio ou a diversão.

Na atualidade, todavia, não se exige o tal conhecimento para a prática do cibercrime, que, por sinal, tem atraído muita gente pelo potencial de lucro e anonimato.

Diversas ferramentas têm sido oferecidas no mercado clandestino para a realização de ataques por leigos. Algumas consistem em softwares bastante amigáveis e de fácil uso. Muitas delas procuram suas vítimas de forma automatizada, o que acarreta um problema adicional à segurança cibernética.

De fato, o escaneamento de vítimas potenciais aumenta a distância psicológica entre autor e ofendido, mitigando o dilema moral que aquele possa ter em decorrência da prática do delito. Como observa Tim Ayling (s.d.): quem rouba uma carteira se lembra com algum remorso do rosto da mulher que a possuía, mas o mesmo não ocorre com o fraudador cibernético, que não a vê.

Não é difícil encontrar plataformas que negociam essas ferramentas. São sites que contêm uma diversidade de produtos, classificações de clientes, ranking de popularidade e até help desk (RIVA, s.d.).

Tal realidade constitui um desafio de enormes proporções para indivíduos, corporações, governos e, particularmente, para as instituições incumbidas da repressão criminal.  

segunda-feira, 8 de março de 2021

PJe vulnerável

No dia 2 p.p., a IOActive, empresa de segurança cibernética sediada nos EUA, divulgou que, em julho de 2019, descobriu uma vulnerabilidade crítica no PJe (nota 8.8, numa escala de 0 a 10, do denominado CVSS).

O problema foi comunicado pela empresa ao TJ/PE no mês seguinte e, em setembro de 2019, já havia sido corrigido. Na ocasião, o CNJ tornou automática a atualização do software.

Só agora, porém, o fato é tornado público (pela IOActive).

A vulnerabilidade descoberta, que estava presente até a versão 1.0.18 do PJe, poderia ser explorada em um ataque de “man in the middle” (tendo como vetor um wi-fi aberto, por exemplo), permitindo o controle do computador da vítima e da conta do usuário, com os seus privilégios.

Detalhes técnicos: okt.to/t34Zqp